sexta-feira

Preconceito: a crueldade da razão

O preconceito é um julgamento concebido na ignorância. Tem suas bases plantadas na não aceitação do diferente. É a arrogância em sua face mais cruel. É julgar-se possuidor da verdade. Pensas como eu, és igual a mim, então aceito-te. És diferente de mim, então deves morrer. Isso porque o preconceituoso é um ser temeroso, seu temor é de ser aniquilado pelo outro. Acredita que o outro ameaça seu estilo de vida, sua crença, sua verdade, seu modo de ser. Decide matar para não morrer. É uma articulação infundada, engendrada no próprio mundo das ideias, e executada no mundo real com crueldade.

Falamos que o preconceito tem relação com a ignorância, isso não significa deixar de fora a razão. Existe uma monstruosa racionalidade por traz de todo o mal. Isso para dizer que o preconceito é premeditado. Alimentado diariamente com ira, ódio, intolerância. Normalmente começa com comentários maldosos, logo se torna um discurso, um manifesto. Vem a preparação para a "guerra", e a execução, quando a "oportunidade" se apresenta. A ignorância é cegueira parcial, contudo, a racionalidade consegue enxergar por essas frestas que lhe restam e fazer valer sua pretensa superioridade. É a razão em sua face mais nefasta.

O soberbo se considera acima dos demais, acima da lei, acima da moral, da ética. Querer aniquilar o outro, por vezes esconde frustrações passadas. Este indivíduo, talvez tenha acumulado sentimentos destrutivos, por ter sido humilhado. O que nos leva a pensar que exista a vontade de vingar-se. Verificamos que o arrogante está em guerra consigo mesmo, e necessita levar essa guerra ao outro. O sujeito ativo do preconceito, acredita que a diversidade deve ser emparelhada ou eliminada. Não! O diverso deve ser cultivado. O diferente nos enriquece, disso sabemos todos. Porque então, por tantas vezes se deseja aniquilar o deferente? Por certo tal atitude empobrece. O preconceito portanto, é auto-sabotagem, é um tiro no pé. É a extrema pequenez do homem, como cegos chafurdando em lama, e discutindo sobre quem está mais sujo.

A saída para o preconceito está na permissividade, na aceitação do diferente. Ouvimos o senso comum dizer: não devemos ter preconceitos, somos todos iguais. A verdade é que não somos iguais. Tentamos vender e comprar a ideia de igualdade o tempo todo. Nos enganamos, pois vendemos o diferente como se fosse igual, e não vemos essa igualdade tão apregoada. Somos diferentes, e dai partimos. Nos é imposto que somos iguais, mora ai a gênese do preconceito, porque o real nos prova o contrário. Logo, a impressão de que o diferente precisa ser impugnado. A sociedade cria seus próprios monstros e, depois, claro, precisa combate-los.

O preconceituoso trabalha para o mal do diferente, não importa se é pela escolha sexual, pela raça, pela religião, pelo partido político, pelo time de futebol ou pela "tribo". Se não for este, será aquele. O mal está entranhado em seu ser, assim como faz mal a si mesmo, deseja fazê-lo ao outro. É um ser atormentado pelos monstros que criou, e acha que matando o outro, matará o monstro dentro de si. Só o que faz é fortalecê-lo ainda mais. Se o preconceituoso odeia o diferente, o que ele ama então? O semelhante, dirão todos. Sim. Todavia, tal objeto de amor não passa de uma miragem. Seu idealismo o cega.

Tens algum preconceito? Duvide. Duvide de si mesmo, ponha em cheque suas formas de pensar. Pergunte-se: Por que penso da forma que penso? Esta é minha real forma de pensar, ou apenas reproduzo, porque comprei ideias já pensadas e pautadas no ódio? O ódio desagrega, o amor agrega. Portanto, se seus pensares são pautados no amor ou no bem, o diferente é bem vindo, do contrário... Sabemos todos as consequências. Quando agregamos o diferente, é como se desenvolvêssemos anticorpos contra o preconceito. Na medida em que aceitarmos que o diferente habita em nós, aceitaremos que ele também viva fora de nós.

Odair J. Comin
Psicólogo Clínico e Escritor
Autor do livro “Mestre das Emoções”.


quarta-feira

Mestre das Emoções de Odair J. Comin




MESTRE DAS EMOÇÕES
Conhece-te a Ti mesmo

Como conhecer a si mesmo?
Como tornar-se mestre das próprias emoções? As emoções se manifestam na medida em que o indivíduo entra em contato com o mundo sensível e forma o mundo das idéias. As paixões ou emoções, se infiltram sorrateiras em nosso mundo interno, e por vezes não nos damos conta de como elas interagem dentro de nós.

Algumas das paixões se tornam mais fortes do que nós mesmos e todos sabemos o quanto nossas emoções se movem ou nos paralisam. Por isso, é preciso ter consciência para que se possa dominá-las. Alegria, tristeza,vaidade, medo, ódio, irá, mágoa, inveja, ciúme, angústia e amor. Estas são algumas das emoções a serem esplanadas em nossa jornada. 

As emoções transitam entre dor e prazer. E com esses dois senhores na platéia, digladiam-se dentro de nós as idéias de bem e mal, grandeza e pequenez, forças e misérias, segurança e insegurança, controle e descontrole. As emoções fazem parte dessa arena, agitam, instigam, fortalecem, enfraquecem, paralisam, nos põem em movimento. Quando usamos essas possibilidades à nosso favor, nos tornamos mais fortes, nosso eu torna-se grande e nos aproximamos do domínio de nós mesmos. 

Está é uma leitura para todo aquele que deseja fazer uma jornada interior, e voltar maravilhado com as descobertas...

Sobre o Autor Odair J. Comin
Odair J. Comin é psicólogo clínico formado pela UniFMU-SP, especialista em hipnoterapia formado pelo Instituto Milton Erickson de São Paulo, e Practitioner em Programação Neurolinguística. O trabalho é centralizado em atendimentos individuais em seu consultório.
É colaborador com diversos artigos e entrevistas para importantes jornais, revistas, além de manter o conteúdo de dois sites e um blog.
Tem seus estudos, além de Psicologia e da Hipnose, focalizados na Filosofia. Com isso desenvolveu a Filoterapia, um modelo de conhecimento, entendimento e intervenção nas questões humanas com base nestes três ramos da ciência e na prática clínica.

Dados Completos da Obra:
Mestre das Emoções | Odair J. Comin
272 páginas | 14 x 21 | 324 gramas | 1ª Edição | R$ 29,90
ISBN: 978-85-7855-153-7 | EAN: 9788578551537
Assunto: Psicologia | Subcategoria: Autoconhecimento
Palavras-chave: autoajuda – emoções – psicologia aplicada

quinta-feira

Equinócio Primaveril

Despido da intensidade clandestina,
Me pus frente a frente com o passado.
Os pensamentos fugiram lépidos,
Pelas estrias lânguidas da nervura.
Estariam eles exauridos,
Pela longa vigília solitária?

Como pode o exiguo rocio,
Orvalhar tantos olhos?
Não mitigarei o que está por me abocanhar,
O quinhão que me é devido aceitarei.
Margeando o epicentro da minha dor,
Mergulharei no momento em que escorregar.

Um solstício invernal inesperado,
Surpreendeu-me com um manto negro.
Os olhos preferiram fechar, a ver o escuro.
Esqueceram-se de abrir e adormeceram.
Acordei num equinócio primaveril,
Que bom, florescia à cântaros.
Odair Comin

quarta-feira

Olhos Peregrinos

No balanço das marés,
Diáfanos olhos negros,
Escrutinam o entorno.  
Peregrinam de um lado para outro,
Pousam aqui e ali,
Tal qual borboleta em flor.

Ondas se entrelaçam,
Se desfazem e refazem,
Aos sabores climáticos.
Tal como seus cabelos ondulados,
Marcados pela natureza,
Com uma sutil beleza.

Onde estaria seu olhar,
Quem sabe no magento mar,
Por certo a brilhar.
Criaturas marinhas cantarolam,
O prelúdio as motivou para cá,
Todas querem te encontrar.
Odair Comin